Outro banqueiro central critica as criptomoedas: por que eles as odeiam tanto?

O preço atual de um Bitcoin ainda é pouco mais de US$ 30.000, mas a presidente do Banco Central Europeu Christine Lagarde acredita que esse e outros ativos criptográficos são “inúteis”.

Em entrevista à TV holandesa em 22 de maio, Lagarde disse que sempre argumentou que as criptomoedas são "ativos altamente especulativos e muito arriscados". A parte especulativa é bem conhecida, mas o banqueiro então declarou:

“Minha humilde avaliação é que eles não valem nada. Não se baseia em nada, não há ativo subjacente que atue como âncora de segurança”.

Por que os bancos centrais desprezam as criptomoedas

Existem várias razões pelas quais os bancos centrais e seus líderes se opõem veementemente às criptomoedas. Os ativos digitais descentralizados competem com seus planos de lançar moedas digitais do banco central (CBDCs). Lagarde confirmou isso na seguinte declaração.

“No dia em que tivermos a moeda digital do banco central, qualquer euro digital, eu garanto. Assim, o banco central estará ao seu lado. Acho que isso é muito diferente de qualquer outra coisa”.

Uma CBDC será totalmente controlada pelo banco central. Sendo baseado em uma blockchain, todas as transações serão rastreáveis, então os bancos terão um controle ainda mais rígido sobre as finanças dos cidadãos do que já têm. Os bancos não podem controlar a criptomoeda, e é por isso que estão fazendo tudo o que podem para tentar eliminá-la.

Além disso, o trabalho de um banco é lucrar com o dinheiro depositado por seus clientes. Eles operam em um sistema de reservas fracionárias, o que significa que os bancos emprestam e eles investem o dinheiro depositados por seus clientes, deixando apenas parte como reserva no banco. Se todos fossem ao banco no mesmo dia para sacar, o banco entraria em colapso porque os fundos não estão fisicamente presentes.

Foi exatamente sobre isso que Satoshi Nakamoto alertou quando criou o Bitcoin após a crise financeira de 2008, que foi causada essencialmente pelos bancos. O ciclo se repete, com a inflação desenfreada devastando o mundo e os bancos centrais imprimindo mais dinheiro em nome de pacotes de estímulo que realmente desvalorizam apenas a moeda subjacente.

Assim, em resposta à crise econômica global, os banqueiros mais uma vez aumentaram sua retórica anti-cripto. No início deste ano, Lagarde e o BCE pediram controles mais rígidos sobre as criptomoedas, desta vez citando evitar sanções como desculpa.

Os mercados de criptomoedas são cíclicos

Um colapso maciço do mercado de criptomoedas não é novidade: aconteceu em 2018 e antes disso em 2014, quando o BTC perdeu mais de 80% de seu valor antes de se recuperar e atingir um novo recorde histórico um ou dois anos depois.

O mercado de baixa de criptomoedas de 2022 era esperado, então essa onda de FUDs da grande mídia, políticos e banqueiros é amplamente injustificada.

Atualmente, os mercados de criptomoedas caíram 56% em relação ao pico de novembro de 2021, de pouco mais de US $ 3.000 trilhões, portanto, ainda pode haver um longo caminho a percorrer antes de atingirmos o fundo deste ciclo atual.