Tesla (Ações da Tesla - ticker TSLA) cresceu para se tornar o maior fabricante de veículos elétricos (EV) do mundo. Sempre foi uma empresa pioneira, que liderou este novo setor com a sua inovação não só dentro de cada carro, mas também no processo de produção.
Mas 2022 foi um desafio. A indústria automobilística está enfrentando interrupções na cadeia de suprimentos que desaceleraram a produção e uma brutal liquidação do mercado de ações derrubou as avaliações das empresas de tecnologia.
A Tesla acaba de divulgar os números de produção para o segundo trimestre de 2022, revelando o maior declínio sequencial nos últimos dois anos. Embora este seja um obstáculo de curto prazo, não deve alterar a trajetória de longo prazo da empresa.
A gestão da Tesla está a passar por tempos difíceis
Desde o início da pandemia, a indústria automobilística teve que lidar com a escassez de componentes-chave para veículos, como semicondutores, e fechamentos na Europa e na Ásia fizeram com que a produção parasse. Semicondutores são chips de computador avançados que alimentam funções digitais dentro de carros novos, mas nos veículos elétricos da Tesla eles fazem muito mais.
O sistema de infoentretenimento dentro de um Tesla é responsável por controlar muitas das funções centrais do carro, como carregamento e conforto, além de permitir que o usuário navegue na internet e jogue. É um avanço do poder de processamento exigido por um carro com motor de combustão tradicional, ao ponto em que a gigante de semicondutores Micron Technology descreveu os veículos elétricos como centros de dados sobre rodas.
A Tesla lidou bem com a escassez de chips, gerando crescimento de produção trimestral na maior parte dos últimos dois anos. Mas enfrentou um desafio adicional quando sua fábrica em Xangai, na China, fechou a maior parte de abril como parte dos fechamentos provisórios relacionados ao COVID-19. A fábrica tem capacidade de produção anual de 450.000 veículos, equivalente a quase metade da capacidade total da empresa (até a entrada em operação das novas fábricas no Texas e Berlim, na Alemanha) em produção no segundo trimestre.
Desaceleração da Tesla pode ser temporária
Por fim, a Tesla produziu 258.580 veículos no segundo trimestre, uma queda de 15% em relação ao primeiro. Mas ainda era 25% maior do que o número de carros produzidos há um ano, no segundo trimestre de 2.
Em comentário que acompanhou os números do segundo trimestre, a Tesla informou aos investidores que junho foi o mês com maior produção da história da empresa. Isso sugere duas coisas: a fábrica de Xangai está quase de volta à capacidade total e os problemas da cadeia de suprimentos (como a falta de chips) estão começando a ser resolvidos.
Mas também se deve ao fato de que as duas novas fábricas gigantes da Tesla nos Estados Unidos e na Alemanha começaram a produzir veículos. Quando atingirem a capacidade total de produção, a Tesla deverá produzir 2 milhões de carros por ano, o que é quase o dobro do que poderia produzir com as fábricas existentes.
Este é um sinal de que a queda de produção no segundo trimestre pode ser um simples obstáculo no caminho para números muito, muito mais altos no futuro próximo. Dado que as ações da Tesla caíram 45% em relação às máximas de todos os tempos, essa pode ser uma oportunidade para os investidores criarem uma posição. Para quem investe pouco capital, é bom ficar de olho no desdobramento de ações da empresa que ocorrerá ao longo do ano.
