À medida que a adoção de criptomoedas e aplicativos blockchain cresce globalmente, alguns governos estão trabalhando para colher os benefícios. É o caso da Cidade de Buenos Aires (CABA), o maior centro urbano da Argentina, que está desenvolvendo sistemas para promover seu uso no Ethereum e outras redes.
Além de aceitar pagamentos de impostos em criptomoedas em breve por meio de exchanges, a CABA também terá um sistema de identidade digital soberana no blockchain. Em uma reunião, Diego Fernandez, secretário de inovação da prefeitura de Buenos Aires, explicou o que é.
“Você terá sua própria carteira [identidade digital] e será qualquer um. Nós, como governo, emitiremos credenciais (assim como clubes de futebol, obras sociais e outras organizações que queiram se desenvolver lá). Todos usaremos a mesma coisa, mas ninguém tem o poder sobre a informação a não ser o usuário”, disse.
O responsável disse que quando estivermos num sistema de identidade digital soberano e generalizado na cidade e no país, acontecerá o seguinte, por exemplo. Indica que quando um policial pede o green card, o seguro do carro e a carteira de motorista, ele mostrará um código QR que o motorista digitalizará com a carteira.
Dessa forma, o motorista permitirá que o policial verifique todos esses documentos de forma simples e digital. Ele diz que isso resolverá o "incômodo" de procurar todos esses documentos no porta-luvas, além de acelerar outras papeladas, mantendo a privacidade do usuário, um ponto em que ele se aprofunda.
Ele alerta que a adoção dessa iniciativa não acontecerá amanhã, mas acontecerá em algum momento no futuro. Ele acredita que o governo deu "o primeiro pequeno passo" nessa direção. E eles esperam que o lançamento desse sistema, já ancorado no Ethereum e em três outras blockchains, ocorra em janeiro de 2023.
Os argentinos poderão manter suas informações privadas nessas carteiras
Diego Fernández destacou que, dentro desse sistema de “identidade digital soberana”, todas as informações do usuário permanecem em sua posse. Em outras palavras, não haverá informações privadas armazenadas no blockchain, “este é um não contundente”, enfatizou.
Esse recurso foi motivo de preocupação no passado em outros aplicativos de identidade blockchain em todo o mundo, como o passaporte covid. Ele esclareceu: “A única coisa que será armazenada no blockchain é o seu ID (identificador digital). Tudo o que você tem como credencial, todos os certificados, estarão exclusivamente em sua posse em seus dispositivos”.
Como as agências começarão a aceitar esse sistema de identidade digital
Para fazer com que outros órgãos aceitem o envio de documentação desta forma, o responsável destaca que existem duas formas. Por um lado, garante que o governo aceitará documentos emitidos por eles e por outras organizações como válidos sob o protocolo de identidade digital soberano.
