A bomba de dificuldade, que porá fim à mineração de prova de trabalho (PoW) do Ethereum, pode ser ativada na primeira quinzena de agosto. É o que prevêem os desenvolvedores da rede após uma reunião realizada na última sexta-feira.
O que é isso?
Com a bomba de dificuldade do Ethereum, o que será feito é definir a dificuldade total tão alta que se torne impossível minerar um novo bloco. Isso interromperá a mineração de prova de trabalho da cadeia, resultando na criação de todos os novos blocos no Ethereum 2.0, que funcionarão em prova de participação (PoS) após a fusão.
O EIP-5133 (Ethereum Improvement Proposal), que coloca uma data no atraso da bomba de dificuldade anunciado anteriormente, agora está disponível online, embora ainda não tenha sido votado. Sua data de criação é 1º de junho e seus autores são os desenvolvedores Tomasz Kajetan Stanczak, Eric Marti Haynes e Josh Klopfenstein.
De acordo com essa proposta, a bomba de dificuldade deve ser ativada “na primeira quinzena de agosto”. O EIP também especifica que “é possível que o hashrate [poder computacional] da rede diminua consideravelmente antes da Incorporação”, e esses fatores são levados em consideração para determinar quando essa fase será realizada.
Esse adiamento já havia sido antecipado, mas sem data precisa. O argumento era dar aos clientes, que criam o software para conectar os nós à rede, tempo para preparar as atualizações necessárias para a fusão.
Com tudo isso, os desenvolvedores pretendem fazer a fusão com o Ethereum 2.0 acontecer sem afetar muito os usuários da rede. "Espero sinceramente que isso não atrase a fusão", disse Ben Edgington, desenvolvedor do cliente Ethereum 2.0 Teku, em um post no Twitter.
Segundo o programador Marius Van Wijden, um dos protagonistas do ecossistema Ethereum, isso não afetará o trabalho feito até agora para a fusão.
Tudo isso foi discutido e acordado durante a última das chamadas Ethereum Dev Calls, reuniões que os desenvolvedores dessa rede realizam periodicamente. Nestas sessões são discutidas questões relacionadas com o desenvolvimento de redes. O último até agora é na sexta-feira, 10 de junho de 2022 e pode ser encontrado na íntegra no YouTube ou por escrito no github.
Redes de teste estão se aproximando da fusão
Enquanto os desenvolvedores discutem o momento e a metodologia para a transição planejada para o Ethereum 2.0, as redes de teste servem como campo de testes para garantir que tudo corra conforme o planejado.
Em 8 de junho, a fusão foi realizada com sucesso na rede de testes Ropsten. Conforme relatado por este jornal, a rede de teste mudou de PoW para PoS no processo. Esse resultado foi considerado um avanço importante para os testes subsequentes e para a fusão final, que deve ocorrer no segundo semestre do ano.
Por enquanto, o próximo passo será criar a cadeia Beacon na rede de testes Sepolia. Isso acontecerá em 20 de junho, conforme relatado pelo divulgador da Crypto Gucci em seu feed do Twitter.
A Beacon Chain funcionará como o fragmento original da nova blockchain. A rede principal já possui sua Beacon Chain desde 2020 e recentemente atingiu a marca de 400.000 validadores com fundos bloqueados em seu contrato inteligente. Esses validadores, fundamentais para o modelo de prova de participação, serão os que garantirão o funcionamento da nova rede quando o Ethereum 2.0 entrar em operação.
