Polícia equatoriana invade a sede da empresa de investimento em bitcoin

Polícia equatoriana invade a sede da empresa de investimento em bitcoin - GHOMJDQI2FFRFLHZ3OGK6AI67AA Procuradoria Geral do Equador ordenou uma busca nos escritórios da Fortunario Ativos Digitales, que administra investimentos em bitcoin e outras criptomoedas. Cerca de R$ 7 milhões depositados nas contas de acionistas e representantes da empresa foram congelados por ordem de um juiz.

Limites para arrecadar dinheiro

O promotor informou no Twitter que, juntamente com a polícia nacional, realizaram cinco batidas em Quito, capital do Equador, por suposta cobrança ilegal de dinheiro, crime definido nos artigos 323 e 364 do código penal orgânico abrangente do Sul país americano. Refere-se ao recebimento ou cobrança massiva de dinheiro sem a prestação de um bem ou serviço em consideração.

A lei impõe limites à arrecadação de dinheiro, de modo que só pode ser feita em larga escala por entidades autorizadas pelo Estado. De acordo com o abrangente código penal do Equador, a coleta ilegal de dinheiro pode resultar em até cinco anos de prisão para quem se envolver nessa atividade.

De acordo com a investigação preliminar, a empresa Fortunario supostamente fraudou usuários de bitcoin ao operar sob uma rede de supostas empresas que oferecem serviços de investimento em plataformas financeiras, oferecendo uma taxa de juros de 17% ao ano, conforme relatado pela mídia local.

Em sua publicação, o Ministério Público não esclarece o número de pessoas supostamente vítimas de Fortunário.

Em seu site, a empresa se descreve como “um grupo de especialistas na área de investimento em ativos digitais e mercados financeiros com análises técnicas e estudos macroeconômicos relacionados a criptomoedas e arbitragem de criptomoedas”.

Golpes de Bitcoin em ascensão no Equador

O uso de bitcoin e outras criptomoedas no Equador é proibido como meio de pagamento, mas não há regulamentação que impeça investir com criptomoedas. Por isso, é crescente o número de plataformas no país que oferecem alta rentabilidade para chamar a atenção dos usuários. E na mesma proporção, os golpes estão crescendo.

De fato, a Superintendência de Bancos informou, entre janeiro de 2021 e março de 2022, a existência de 38 empresas e instituições não autorizadas a operar nos setores financeiro, de seguros e de valores mobiliários.

Dessas 38 instituições não autorizadas, 10 oferecem produtos relacionados ao bitcoin. Isso inclui empresas como Mtcoin, Xapo, Elite Argotty e KRC Kapital.

Para detectar um possível golpe, as autoridades emitem uma série de alertas. Por exemplo, Luis Espinosa Goded, professor da Universidade de San Francisco em Quito, aponta que existem cinco elementos que os usuários devem considerar ao operar em plataformas de criptomoedas.

Enfatize que o primeiro aviso é um retorno garantido de mais de 10% ao ano. Como segundo ponto-chave, ele recomenda ter cuidado com as empresas que controlam as criptomoedas dos usuários.

Espinosa Goded também acredita que pode ser um falso investimento quando o lucro ou lucro depende do número de parceiros ou clientes adicionais que o usuário tem que incluir em uma determinada plataforma ou empresa. “Nesses casos, é mais como uma pirâmide”, diz ele.

Ele também acredita que a criptomoeda mais importante é o bitcoin, e que o convite para investir com outras criptomoedas pouco conhecidas deve gerar desconfiança. E, por fim, convida-nos a desconfiar das empresas que propõem "uma transformação do modo de vida"; isto é, como uma espécie de trabalho, para resolver seus problemas econômicos ou para ficar rico.