O FMI lança um novo alarme sobre a adoção de bitcoins: primeiro El Salvador, agora África Central

O FMI lança um novo alarme sobre a adoção de bitcoins: primeiro El Salvador, agora África Central - fundo monetário internacional linkiestaCostumava ser El Salvador e agora é a República Centro-Africana (CAR) que está sendo alvo do Fundo Monetário Internacional (FMI) por sua recente adoção do bitcoin (citação BTC) como moeda legal.

Para o FMI, a adoção do bitcoin “representa desafios legais, de transparência e de política econômica significativos”, de acordo com a Bloomberg, citando as respostas dadas pelos porta-vozes do FMI quando questionados sobre o assunto.

Nesse sentido, indicou que um grupo de trabalho do FMI está a "ajudar" as autoridades regionais, e as da própria República Centro-Africana, a compreender e gerir pessoalmente as dúvidas que possam ser geradas pela nova lei.

Avisos semelhantes aos emitidos para El Salvador

Em 21 de abril, a Assembleia Nacional do país africano aprovou por unanimidade um projeto de lei que regulamenta o uso do bitcoin em seu território, dando à criptomoeda pioneira o status de moeda fiduciária.

Dias antes da lei ser promulgada, o FMI havia preparado um relatório que previa um crescimento de 3,5% na economia centro-africana este ano e 3,7% em 2023, mas também um aumento da inflação devido ao aumento dos preços dos alimentos e combustíveis.

O relatório foi divulgado em 27 de abril, logo após o país aprovar a regulamentação das criptomoedas. Portanto, resta saber qual será a próxima avaliação do FMI sobre a presença do bitcoin na RCA. Pode-se esperar advertências semelhantes às emitidas para El Salvador.

Quando o país da América Central adotou a criptomoeda no ano passado, o FMI projetou uma perspectiva negativa para o país.

Entre outras coisas, o FMI garantiu que a dívida pública de El Salvador aumentará para cerca de 96% do PIB em 2026, o que considera uma "trajetória insustentável". Também previu um déficit fiscal de 5% do PIB este ano.

Além disso, o FMI divulgou várias declarações sugerindo que a adoção do bitcoin em El Salvador representa riscos para a estabilidade financeira do país. Esses avisos foram rejeitados pelo governo, apontando que o bitcoin não está saindo de El Salvador. "Nenhum organismo internacional nos forçará a fazer nada, absolutamente nada", disse o ministro das Finanças, Alejandro Zelaya.

Desafios para a adoção do bitcoin na RCA

Adotar uma criptomoeda não significa que haverá prosperidade imediata ou melhorias na situação de um país por mágica. Além disso, a situação na RCA é diferente da de El Salvador.

No caso do país africano, os desafios são consideravelmente mais amplos, tendo em vista que é classificado como um dos países menos desenvolvidos do mundo. De acordo com a Anistia Internacional, 2,29 milhões de pessoas, ou quase metade de sua população, estão com "grave insegurança alimentar".

Por outro lado, há a questão da infraestrutura tecnológica, área vital para bitcoin e criptomoedas. Estatísticas de 2020 mostram que há 1,60 milhão de celulares no país, o que corresponde a uma média de 0,34 por pessoa.

Isso equivale a menos de 8% de toda a população da república, o que significa que mais de 90% de seus habitantes não seriam capazes de usar bitcoin como forma de pagamento.

Outra área de preocupação para o FMI é a segurança. Com uma democracia bastante jovem, suas primeiras eleições foram realizadas em 1993. O país passou por duas guerras civis. Atualmente, o Presidente Touadéra lançou a iniciativa de diálogo juntamente com o roteiro de Luanda liderado pelos países vizinhos.