À medida que a indústria de blockchain continua a evoluir rapidamente, as plataformas existentes adotaram medidas alinhadas com as metas de energia sustentável. No início deste ano, a Ethereum abandonou seu mecanismo de consenso PoW para mudar para um mecanismo PoS mais ecológico.
Outra plataforma blockchain, a Ripple, está dando passos ousados nessa direção. Durante a conferência anual Swell da Ripple realizada em novembro passado, os palestrantes discutiram como blockchain e soluções criptográficas para empresas são casos de uso reais.
Ken Weber, vice-presidente sênior de impacto social e sustentabilidade da Ripple, explicou o papel que a Ripple pode desempenhar para melhorar “a transparência, a responsabilidade e o rastreamento das emissões de gases de efeito estufa” em apoio às metas climáticas globais.
Um dos palestrantes da conferência Swell foi Mark Herrema, CEO da Newlight. Mark explicou como a Newlight aproveitou o poder da blockchain para impulsionar o uso de materiais carbono negativos para vários casos de uso industrial. A Newlight está atualmente trabalhando em certificados de crédito de carbono que representam uma tonelada métrica de gás de efeito estufa.
Corporações e compradores institucionais que desejam compensar suas emissões residuais podem adquirir esses créditos. No entanto, Mark Herrema explica que nem todos os créditos são criados iguais. Por esta razão, o seu preço deve ser diferente. Mark vê um futuro em que os créditos de carbono serão menos comoditizados, mais diferenciados e com maior valor agregado. Explica:
Assim como existe uma grande diferenciação entre os estoques, também existe para as reduções de carbono. Uma das coisas que consideramos muito importantes sobre blockchain, e Ledger XRP em particular, é a capacidade de diferenciar e ter um valor identificado para créditos de carbono. Acho que esse é um aspecto importante para o desenvolvimento do mercado de carbono.
O futuro dos créditos de carbono
Reilly O'Hara, chefe de parcerias financeiras de carbono e operações de pós-venda da CarbonCure Technologies, também compartilhou suas percepções sobre o futuro dos créditos de carbono durante a conferência Ripple swell. A CarbonCure prevê uma nova onda de medição, geração de relatórios e verificação (MRV), aproveitando os recursos do blockchain juntamente com outras tecnologias emergentes, como sensoriamento remoto/IoT, imagens de satélite e aprendizado de máquina/IA.
O principal objetivo continua sendo afastar-se dos créditos de carbono de baixa qualidade para créditos de carbono de maior qualidade, permanentes e verificáveis. Falando sobre isso, Reilly O'Hara da CarbonCure explicou:
Acho que foi aí que a Ripple emergiu como líder. Mas 50 gigatoneladas significam que precisamos de 10, 50, 100 Ripples e eles têm que investir em dez mil CarbonCure e Newlight. Serão necessárias grandes apostas e investimentos para tirar essas tecnologias da bancada e retirar o carbono da atmosfera em larga escala até 2030-2050.
Ripple está entre os precursores de blockchain e criptomoedas na luta contra as mudanças climáticas. A empresa também reservou US$ 100 milhões para ampliar voluntariamente os mercados de carbono.
A Ripple acredita que seu financiamento ajudará a acelerar a remoção de créditos de carbono e modernizar os mercados de carbono por meio de inovação e investimento. A empresa está planejando construir um portfólio de créditos de carbono de longo prazo, aditivos e baseados em ciência que atendam ao compromisso da Ripple de atingir o zero líquido até 2030.
